Será que essa é a melhor maneira de educar seu filho? Como fazê-lo entender, desde bebê, que toda ação tem uma consequência? Veja uma prévia do que dizem os especialistas e os pais
Muita gente entrega os pontos.” É com essa frase que o filósofo Mario Sergio Cortella começa a tocar na ferida de tantas famílias: a disciplina das crianças. Em seu livro recém-lançado, Família: Urgências e Turbulências (Cortez Editora, R$ 38), ele propõe discussões fundamentais sobre o assunto e convida o adulto a refletir sobre o relacionamento com o filho. Para o escritor, é crescente o número de casais que simplesmente desistem de educar, ou, nas palavras dele, “de fazer o esforço necessário para formar alguém”. E haja esforço! Tem desafio maior do que dar limites a um ser humano em formação?Antes de tudo, porém, é importante que um ponto fique bastante claro: disciplina jamais deve ser sinônimo de agressão física contra o seu filho, nem mesmo naquele momento em que você pensa que não há nada mais a ser feito. Além de existir uma lei que proíbe a palmada, a ciência e os especialistas são unânimes sobre as consequências negativas dos tapas, beliscões, chineladas, gritos e outras formas de violência corporal e verbal. Ao longo dos últimos 50 anos, pesquisadores das Universidades do Texas e de Michigan (EUA) realizaram um estudo com mais de 160 mil crianças – o maior e mais completo já feito sobre o tema – e concluíram que, quanto mais elas apanham, mais desafiam os pais, se tornam antissociais, ficam agressivas e podem apresentar problemas cognitivos.
Por isso, a educação (ou disciplina) que Cortella e os demais especialistas entrevistados defendem é aquela construída na base do diálogo e das consequências das ações, que ensina a criança sobre limites e comportamentos adequados para uma boa convivência familiar e social. Antes de você entrar nessa empreitada, vale ter em mente que o caminho a ser percorrido é árduo e requer um trabalho consistente.
COMBINADO: UMA BOA ESTRATÉGIA
É preciso lembrar que, para os combinados funcionarem, é necessário que os pais conheçam o filho, o que só se consegue com muita conversa e convivência, dupla fundamental na criação e educação das crianças. “Os estudos apontam que, mesmo pequenas, elas têm entendimento do bom e do mau, do prazer e do desprazer. E elas apreendem esses conceitos pelo tom de voz e expressões faciais, e não por meio da linguagem e das palavras, como o adulto”, afirma a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo (SP).
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