Estudo realizado pela Academia Americana
 de Pediatria demonstra que resultados do Google sobre doenças altera a 
resposta dos pais diante o diagnóstico médico e que isso pode ser 
perigoso
           Atire a primeira pedra quem nunca pesquisou algum 
sintoma que o filho tenha apresentado no Google
 esperando por uma resposta certeira. Por conta desse hábito frequente, o
 website ganhou até o apelido de ‘doutor’. No entanto, enquanto 
comemoramos o acesso fácil à informação, às vezes, fechamos os olhos 
para os riscos dessa prática. Justamente por conta disso, a Academia 
Americana de Pediatria decidiu investigar as implicações do ‘Doutor 
Google’ no nosso dia-a-dia em um estudo recente. A conclusão? Essas 
buscas dos pais sobre a saúde das crianças influenciam 
a maneira como eles encaram o diagnóstico médico.
 
A pesquisa averiguou o comportamento de mais de 1.300 pais, criando 
um cenário fictício em que seus respectivos filhos estariam com 
manchas de pele e 
aumento de febre
 durante três dias. Posteriormente, esses pais foram divididos em três 
grupos: o primeiro teve acesso às informações da internet sobre os 
sintomas de escarlatina;
 o segundo leu sobre a Doença de Kawasaki no Google e o terceiro grupo 
não teve acesso às informações digitais de nenhuma forma. Depois dessa 
etapa, todos os pais receberam o diagnóstico de que a criança tinha 
escarlatina. E, adivinhe só: os pais que tinham lido sobre a escarlatina
 na internet foram os que mais acreditaram na palavra do especialista 
(90,5% dos pais do primeiro grupo), seguidos pelos que não haviam 
buscado nada no Google (81% dos pais do segundo grupo). Já entre aqueles
 que tinham lido sobre a Doença de Kawasaki, só pouco mais da metade 
(61,3%) acreditou na palavra do especialista. Ou seja, a busca prévia 
por informações dos sintomas no Google antes de receber o diagnóstico 
médico altera a percepção dos pais. Assim, se o médico confirmar o 
diagnóstico encontrado na internet durante a consulta, a palavra dele é 
vista como mais confiável. Poucos são os pacientes (21,4%) que recorrem a
 outro especialista. No entanto, se a avaliação médica for diferente 
daquela que os pais encontraram previamente na web, 64,2% dos pais 
pensam em recorrer a outro médico.
    
    
  
É claro que é inevitável buscar 
informações na internet. E a ideia não é parar com essa prática. “Tem muita orientação bacana em relação a pequenos sintomas, como 
cólicas e 
assaduras
 em bebês, machucados simples, entre outros. Nesses casos básicos, a 
internet pode ajudar. Claro que, ainda assim, é preciso checar em sites 
confiáveis”, explica a pediatra Mariane Cordeiro Alves Franco, 
presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da 
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)..
Além disso, a própria 
busca pelos sintomas da criança na internet pode enriquecer a visita ao 
consultório, já que os pais podem se preparar melhor para tirar dúvidas.
No
 entanto, ainda assim, é importante lembrar que contar com a internet 
para cuidar das crianças pode ser perigoso. Como comenta a pediatra, é 
preciso ter cautela: “Temos que ter cuidado com o que se lê e com o que 
se compartilha. Nem sempre o “Doutor Google” traz informações coerentes e
 fidedignas. Muitas coisas são escritas por pessoas leigas, sem base 
científica”. Isso inclui blogs pessoais, fóruns e perfis em grupos das 
redes sociais. Por isso, procure sempre pela fonte da informação e 
consulte o pediatra de sua confiança.
Uma dica para tirar dúvidas 
pontuais é ter o contato do pediatra da família. Esse pode ser um 
mecanismo bom para resolver questões do dia a dia – desde que o 
especialista aceite essa forma de comunicação. Converse com o pediatra 
de seu filho se ele oferece essa possibilidade. “Mas é legal lembrar que
 isso só serve para tirar dúvidas triviais, não podemos fazer uma 
consulta ou prescrever remédios sem ver a criança ao vivo”, alerta a 
pediatra Mariane.
Direto para o pronto-socorro
 
É
 fundamental também se atentar para as situações de risco em que os pais
 não devem nem pesquisar na internet e nem chamar o pediatra no telefone
 e 
sim levar o pequeno direito para o hospital.
 “Isso deve acontecer sempre que a criança tiver casos de febre acima de
 39º graus, vômitos, quadros hemorrágicos (como sangramentos pelo nariz 
ou pelas fezes), quando a criança sofre quedas de alturas importantes, 
quando fica desacordada ou desmaia, por exemplo”, informa a 
especialista.
Fonte: Revista Crescer 
        
        
        
        
          
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário