quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Natalia Guimarães: “Desde a barriga, elas já eram diferentes”

Mãe das gêmeas Maya e Kiara, 3 anos, fala sobre as filhas em entrevista à coluna Conselho de Mãe, de Taynara Prado


Maya nasceu primeiro, é tímida e reservada. Kiara veio logo depois e adora dançar e cantar. Com personalidades diferentes e filhas de pais famosos, as meninas de apenas 3 anos tem mais de 240 mil seguidores nas redes sociais.  Em um bate-papo com CRESCER, Natalia Guimarães, que foi Miss Brasil em 2007, fala sobre a rotina das filhas, os desafios de educar em dose dupla e revela: “Tinha certeza de que daria conta do recado”.
Como vocês receberam a notícia de que seriam pais de duas meninas?
Eu trabalhava como repórter em um programa da tarde e minha gravidez foi acompanhada em um quadro de TV, uma espécie de reality show sobre gestação. Eu e o Leandro [cantor do KLB, marido de Natalia] tivemos a notícia de que seriamos pais de gêmeas no palco do programa. Sou filha única e sempre quis ser mãe de gêmeas. Deus me escutou, Ele sabia o quanto eu desejava duas meninas. O Leandro, por só ter irmãos, também queria uma menina. Ele não falava dessa preferência, mas eu sentia.
Em algum momento bateu medo, insegurança ou preocupação por serem duas de uma vez?
Acho que não. Sempre fui muito responsável, muito família, caseira e conselheira das minhas amigas. Acredito nessa coisa do signo. Por ser de capricórnio com ascendente em touro, sempre tive o pé no chão. Nasci para ser mãe. Tinha a certeza de que daria conta do recado, porque era o que eu realmente queria no meu coração.
A gestação foi complicada?
Foi maravilhosa! Eu não sei o que é enjoo. Tinha muito mais fome que o normal, mas nunca comi um pote de sorvete inteiro, como muita gente costuma fazer. Eu sabia que podia comer de tudo, mas não abusava. Não tive nenhum desejo muito forte. No final da gestação, quis muito tomar um caldo de cana. Não achei nenhum lugar aberto na hora e só matei a vontade dias depois. Trabalhei como repórter viajando pelas praias de Santa Catarina até o Rio Grande do Norte. Pegava muita estrada. Algumas não eram tão boas. Mesmo assim, nunca me senti mal, nenhuma náusea. Foi uma experiência incrível.
Seu deslocamento de placenta no quinto mês de gestação fez com que você ficasse em casa até o nascimento das meninas. Como foi esse primeiro desafio da gravidez?
Fiquei de repouso por quase três meses e foi um período difícil. Sou muito ativa, gosto de fazer as minhas coisas a pé, tento resolver a maior parte das tarefas do dia caminhando, me exercitando. Durante o repouso, tinha que ficar quietinha, vendo filme. Levantava só para ir ao banheiro, andava bem devagar, segurando a barriga, sabe? Coisa de mãe mesmo. Queria protegê-las para não nascerem antes do tempo.
Qual foi o maior desafio da maternidade nos primeiros dias de vida delas?
Lidar com a fragilidade dos bebês,  tão pequenos e tão dependentes de nós. Eu e Leandro fomos muito parceiros nesse primeiro momento. Fazíamos o máximo que podíamos como pais de primeira viagem, mas nunca tínhamos certeza se era o certo. Ficávamos preocupados com pequenas coisas do dia a dia, de ver se estavam respirando, se estavam agasalhadas, enroladas do jeito certo. Outra questão importante foi o sono. Eu virava a noite nos primeiros dois meses porque eram duas para amamentar, arrotar e dormir. Quando uma terminava, a outra já estava acordando para continuar a demanda de leite.
Como o Leandro se saiu nas primeiras atividades das meninas?
Leandro é um parceiro incrível. Ele tinha muito medo no início por elas serem tão frágeis e pequenas, mas estava 100% presente. Ele sempre ajudou em tudo o que podia e, quando era algo que só eu poderia resolver, ele ficava junto, observando. Ele é muito apegado com as meninas e elas são loucas com o pai. Quando saímos para jantar, ele diz que já está com saudades delas.
Você conseguiu amamentá-las?
demanda de leite para as duas era alta. Depois do segundo mês, minha médica sugeriu que déssemos a mamadeira com meu leite a noite para que eu pudesse dormir e descansar para produzir mais.
Você já declarou em entrevistas que Kiara é mais agitada e Maya, mais reservada. Desde o nascimento elas já demonstravam ser diferentes? 
Desde a barriga elas já eram diferentes! Durante os exames de ultrassom, a Kiara estava sempre em uma posição diferente, não parava quieta, fazia a irmã até de travesseirinho para se acomodar. Já a Maya passou a gestação toda sempre na mesma posição e nunca conseguíamos ver o rosto dela porque estava sempre tampado com a mão. Até hoje, ela faz isso quando vê uma câmera ou alguém que não conhece.
E hoje, como elas são?
A Kiara nasceu literalmente de bumbum virado pra lua, porque foi nessa posição que o médico a puxou. Ela adora cantar, dançar, adora um palco, um show. A Maya é muito tímida, muito mesmo! Só se solta quando se sente segura, quando está em um ambiente de gente que ela conhece, em quem confia. Aí, sim, fica uma sapequinha também.
Com quem as meninas se parecem mais? Você ou Leandro?
Eu e Leandro, apesar de nossas profissões, sempre fomos tímidos. Aprendi a lidar com isso no trabalho e na faculdade de jornalismo. O Leandro, mesmo com a carreira dele, sempre foi muito reservado. A Maya tem isso de nós dois. Já a Kiara puxou os quatro avós. É engraçada e despachada como eles.
Como é a rotina da Kiara e da Maya?
Elas já vão para a escola e fazem aula de balé e natação intercaladas. Tive um pouco de dificuldade com a adaptação da Maya na escola. Ela chorou no início, mas acredito que a Kiara ajudou muito nesse processo porque é parceira da irmã e está sempre com ela.
Dizem que os pais educam e os avós estragam. É assim na família de vocês?
Totalmente! Estamos tentando colocar na cabeça dos quatro que eles precisam nos ajudar no aspecto da educação mesmo, da criação. Como eles são muito presentes, a gente pede que eles deem essa mão na alimentação, por exemplo. Nossa família é muito unida. Os avós participam muito do dia a dia das meninas.
Qual é seu estilo de maternidade?
Sou uma mãe equilibrada, carinhosa e amorosa. Sei que não posso mimá-las demais e tento ser rígida apenas quando é necessário. Se tenho que dar bronca, sofro por dentro, mas  coloco limites. Ensino o que é correto e, às vezes, coloco por três minutos de castigo, sabe?
Quando isso costuma acontecer?
São coisas banais do dia a dia,como quando não querem colocar o uniforme para ir para a escola ou querem usar apenas fantasias. Eu, por exemplo, fico de pijama em casa. Tivemos uma fase em que penamos para Kiara usar roupas normais no dia a dia ou mesmo um pijama. Ela só gostava de ficar pronta, de vestido.
Como você lida com eventuais disputas por colo ou ciúmes de irmãs?
No começo foi mais difícil. Eu tinha que pegar as duas ao mesmo tempo. Hoje, já consigo explicar, olho no olho, que a mamãe não aguenta. Que sou uma só e que vou pegar uma por uma de cada vez. Falo que a hora de cada uma sempre vai chegar. Normalmente, pego quem pediu primeiro e explico para a outra que ela pode esperar e que tem amor para todo mundo.
Como é a relação das duas?
É a coisa mais linda do mundo, tudo que sempre sonhei quando era criança. Uma sempre pergunta pela outra, se ganham algo, querem levar a mesma coisa para a irmã. Fazem carinho uma na outra e, às vezes, disputam o mesmo brinquedo, claro. É uma conexão que é para sempre.
O que vocês três gostam de fazer juntas?
Elas estão sempre de olho na minha maquiagem por causa do trabalho. Gostam de brincar de ‘ser a mamãe’. Então, compro maquiagens de brinquedo e a brincamos juntas. Também fazemos atividades com massinhas de modelar e compras na ‘lojinha’ que elas montam. A Kiara adora fazer uma lojinha onde a gente entra e ela atende. Você escolhe algo para comprar, ela fala o preço e pede o seu cartão (risos). Outro dia, ela me pediu um cartão e eu dei um desses de hotel para ela. É uma geração que não conhece o cheque e o dinheiro, são superligadas no que observam.
Que dica você daria para outras mães de gêmeos?
Aceitar ajuda e trabalhar em equipe. A minha babá hoje é babá das meninas. Sei como ela cuida das minhas filhas e isso me tranquiliza. Também tenho sempre os avós e o Leandro me ajudando. Essa união é fundamental.
Você é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Em algum momento se sentiu pressionada pela mídia a voltar a sua forma física anterior ao parto?
Existe uma pressão para quem trabalha com imagem, mas eu uso isso de uma forma positiva. Percebo que não estou sozinha, que as pessoas me observam e uso isso como um incentivo para cuidar de mim, me exercitar e me alimentar bem. Na gestação, eu retinha muito liquido porque fiquei muito tempo em repouso, mas perdi 18 kg em duas semanas após o parto e, em um mês, estava 2 quilos mais magra do que antes da gestação. Fiquei tranquila quando percebi que naturalmente as coisas voltavam ao normal. Como cuidei delas de uma forma muito intensa, produzindo leite e ficando totalmente voltada para as duas, acabei me recuperando mais rápido do que imaginava.
Como é a alimentação das crianças?
Converso muito com a minha mãe, que, na minha época, por falta da informação que existe hoje, me deixava comer de tudo. Comia medalhão com bacon no almoço e bolo de chocolate na sobremesa. Quando fui trabalhar como modelo, sofri um pouco até aprender a comer coisas saudáveis. Hoje, temos mais informações sobre a importância dos nutrientes e, por isso, tento ensinar as meninas a gostarem de alimentos bons. Elas podem comer de tudo, inclusive os doces, mas já ensinamos sobre quantidade e mostramos os alimentos que deixam o cabelo bonito, a pele bonita e que fortalecem nossa saúde.
As meninas pedem para dormir com vocês?
Elas são superacostumadas com o bercinho delas, mas, quando aparecem no meio da noite e pedem para dormir no nosso quarto, a gente adora! Que pai não gosta de fazer um chamego e dormir abraçadinho?
Sente culpa por ter que trabalhar fora?
Não sinto culpa, sinto saudade. Acho importante elas verem a mãe trabalhando e aprender que devem correr atrás do que querem. Estou indo para Dubai, por exemplo, para cinco dias de trabalho. Sofro por antecipação, mais do que elas, inclusive, mas sei que é importante trabalhar.
Qual o principal desafio da maternidade?
Ensiná-las a respeitar o próximo, dar bons modos e, ao mesmo tempo, uma boa formação para que um dia elas façam as próprias escolhas. O mundo está muito perigoso. É importante ensinar aos filhos o que é correto, pois um dia teremos que deixá-los fazerem as próprias descobertas.
TAYNARA PRADO é escritora, jornalista e colunista. Divide o tempo entre o trabalho de Pesquisa de Conteúdo do Video Show e entrevistas com as mães famosas na coluna Conselho de Mãe, às terças-feiras. Quer escrever pra ela? Mande um e-mail para taynara.prado@tvglobo.com.br
Instagram: @taynarapradoo
Twtitter: @taynarapradoo

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