domingo, 20 de novembro de 2016

Parceiro na sala de parto: sim ou não?

Muitas mulheres querem que o pai da criança esteja presente no momento do nascimento. Mas e aquelas que não pensam assim? E quando ele não quer? Veja aqui como lidar com a situação


Boa parte das mulheres deseja (e até sonha) que o parceiro esteja ao seu lado durante o parto. A companhia pode trazer conforto e segurança nessa hora – além de ficar na memória como o primeiro momento em que a família estará reunida. Mas algumas gestantes podem não se sentir confortáveis com a ideia. Uma pesquisa da University College London (Reino Unido) sugere até que a presença do parceiro pode tornar o processo do parto mais doloroso se o casal não tem um bom relacionamento ou uma boa intimidade emocional.
“Essa questão tem muitos vieses. Depende da personalidade do companheiro e da comunhão entre eles. Acompanho casais que têm um relacionamento bem próximo e o homem acaba sendo naturalmente mais presente na hora do parto”, pondera a doula Valentine Kasin. “Quando o casal é desestruturado, o companheiro não participou de perto da gravidez e está alheio ao que está acontecendo, isso pode gerar questões que desembocam no parto”, afirma ela.

Segundo a doula, às vezes, homem e mulher estão bem entre si, mas o homem tem pouco conhecimento sobre parto e acaba envolvendo a companheira nos medos, ansiedades e angústias dele — o que pode dificultar a situação. “O pai também está experimentando um momento que para ele é difícil”, diz Valentine.
Quando um dos dois não quer
Pode ser que você queira seu companheiro na sala, mas ele se recuse a entrar. Também pode acontecer o contrário: ele quer participar, mas você prefere que ele espere do lado de fora. Em ambos os casos, vale a sinceridade, para que ninguém saia magoado.

A psicóloga Paula Emerick, especialista em terapia de família e fundadora da Solace Institute (RJ), recomenda que, antes de tudo, a pessoa faça autoanálise para verificar o motivo daquilo. Por exemplo, se a mulher não quer que o companheiro a veja no parto, deve se perguntar: “Por que? Com o que estou preocupada? Acho que pode acontecer algo que vai denegrir minha imagem diante do meu parceiro?”. Do mesmo modo, o homem deve se perguntar: “Por que não quero acompanhar a mãe do meu filho? Tenho medo do ambiente, do sangue?”.

Feito isso, a dica é partir para uma conversa sincera e contar o motivo que te leva a tomar aquela atitude. “Falar a verdade é sempre o melhor caminho. Se é o casal tem uma estrutura afetada de comunicação, ter um interlocutor pode facilitar”, explica Paula.  O obstetra, por exemplo, pode ser um bom mediador para essa conversa, ajudando a tirar medos de ambos os lados.
Fonte: Revista Crescer

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