segunda-feira, 3 de julho de 2017

A primeira palavra do bebê

Em pesquisa, leitores da CRESCER afirmaram que "mamãe" foi a primeira palavra da maioria das crianças

 

Mamãe ou papai: qual foi a primeira palavra dita pelo seu bebê? De acordo com uma enquete realizada no Facebook da Crescer, "mamãe" foi a campeã, com 42 % dos votos, enquanto "papai" recebeu 17% das indicações. Outras palavras somaram 41%.
Ainda que as mães estejam comemorando o resultado, a pediatra Maria Amparo Martinez, do Hospital Santa Catarina (SP), acredita que o fonema "p" é mais fácil para a criança falar. “O som do 'm' é mais difícil. O mais comum é a criança começar a falar 'papa', mas tudo depende muito do meio em que ela vive e de como é estimulada”, explica.

As etapas da aquisição da linguagem
O desenvolvimento da linguagem acontece de forma contínua e gradual e cada criança obedecendo o seu ritmo. Por isso, nada de ansiedade ou de comparações! No entanto, de forma geral, é possível observar fases comuns para a maior parte delas.
Inicialmente, a criança emite sons guturais, o famoso “gu-gu”, “da-da”, passando pelas vocalizações (os sons das vogais), consonantizações (sons das consoantes) e silabações (a junção das consoantes e vogais). “Nesse início, ele está experimentando, brincando com os sons da língua. Somente será considerado uma palavra quando atribuímos um significado ao som que o bebê está fazendo e ele usa esse som para designar alguma coisa”, explica a fonoaudióloga Raquel Luzardo, diretora da FONOterapia – Clínica de Fonoaudiologia (SP).
As primeiras palavras costumam surgir entre os 10 e os 15 meses. Por volta dos 2 anos, a criança já é capaz de formar frases com duas ou três palavras. Aos 3 anos, as frases já são mais estruturadas e complexas. Já aos 4, o padrão de fala fica bem próximo ao do adulto, sem trocas de sons.
Quando se preocupar com a demora da criança para falar?
A demora para que os filhos comecem a falar é uma situação de angústia para os pais, como conta a jornalista Vanessa de Paula, mãe de Sara, 7 anos, e Murilo, 2 anos e 3 meses. “A Sara falou com 2 anos e 2 meses. Demorou um pouco, mas quando começou, falou direitinho, formando frases. Já o Murilo ainda não fala nada, a não ser “mama”. Minha mãe diz que meu irmão falou com 3 anos e que minha sobrinha também demorou. Por isso, não devo me preocupar, mas acho que ele pode estar sofrendo por querer falar”, diz ela que já buscou o auxílio de médicos e fonoaudiólogos.
Até os 2 anos é considerado normal a criança não falar. A partir daí, o indicado é buscar ajuda profissional para averiguar o que está acontecendo. Na maioria dos casos, os problemas com a fala estão relacionados à audição. Porém, um ambiente não favorável para o desenvolvimento da linguagem, onde a criança não precisa falar para ser atendida, ou questões envolvendo a parte cognitiva, como algum grau de autismo, ou déficit de atenção, também costumam impactar a fala dos bebês.
Como ajudar?
Os bebês aprendem por imitação e com a fala não é diferente. Por isso, a melhor forma de estimular o seu filho a falar é... falando. “É importante conversar desde sempre com a criança. Contar o que vai fazer, descrever a rotina, nomear as partes do corpo na hora do banho, mostrar as coisas na rua durante um passeio, ler histórias, cantar ... Tudo isso favorece o desenvolvimento da linguagem”, lembra Raquel.
Por outro lado, deve-se evitar palavras no diminutivo, que por serem mais longas, acabam ficando parecidas umas com as outras. Procure também não imitar quando a criança fala errado e não antecipar o que ela quer, atendendo prontamente a solicitação. É importante permitir e incentivar a criança a se expressar verbalmente. Na dúvida, vale consultar o pediatra do seu filho ou um profissional especializado, como um fonoaudiólogo.

Fonte: Revista Crescer

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