quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Whole 30: programa alimentar pode ser seguido por gestantes e crianças?

Dieta de 30 dias tem feito sucesso na internet e elimina alimentos que podem promover hábitos nada saudáveis para “reiniciar” o organismo e a relação com a comida. Entenda 

 Se houvesse um botão “reiniciar” em nosso corpo para começar do zero novos hábitos alimentares, você  o pressionaria? É mais ou menos esse o efeito do programa Whole 30, segundo seus criadores, os nutricionistas norte-americanos Melissa e Dallas Hartwig. A dieta, que tem ganhado fama no Brasil, consiste em retirar totalmente da alimentação por um período de trinta dias algumas categorias de comidas consideradas ruins para o funcionamento do corpo, como açúcares, laticínios e até alguns grãos e leguminosas.
Uma rápida olhada em grupos de redes sociais que falam sobre o Whole 30 basta para perceber a quantidade de pessoas, entre elas, grávidas e lactantes no pós-parto, que recorrem ao plano para tentar perder peso, embora a proposta, de acordo com os Hartwig, não seja essa. “Não é uma dieta e nem um plano de emagrecimento. Trata-se de uma transformação monumental no modo de pensar sobre suas refeições, seu corpo, sua vida e o que você quer fazer com o tempo que ainda tem neste planeta”, diz o prefácio do livro Whole 30 – 30 dias para mudar (Editora Sextante, R$ 59,90).

 

 Whole 30: como funciona o programa?

 O Whole 30 deve ser seguido apenas por 30 dias. Depois, você fica livre para reinserir, aos poucos, o que foi retirado da dieta, mas de maneira mais consciente, por ter criado uma relação menos dependente e menos tóxica com a comida. Durante esse período, a ideia é riscar completamente do cardápio itens como álcool, açúcar (nem adoçante ou outros, como mel, agave, etc), grãos e cereais (como milho, centeio, arroz e trigo, por exemplo), leguminosas (que incluem feijões de todos os tipos, ervilha, grão de bico, etc), laticínios (leite de vaca, de cabra, de ovelha e seus derivados), glutamato monossódico ou sulfitos (presentes em muitos alimentos industrializados). Além disso, você também não deve fazer versões de produtos junk food ou doces com ingredientes aprovados, como brigadeiro de biomassa de banana ou panquecas de bananas com ovos. “Seus desejos e hábitos alimentares não vão mudar, se você continuar comendo esses alimentos, ainda que sejam preparados com ingredientes aprovados no programa Whole 30”, diz o livro. Também não é recomendado tirar medidas ou se pesar durante a execução do plano.

Grávidas e crianças podem seguir o Whole 30?

De acordo com os nutricionistas e criadores do programa, não costuma haver nenhum tipo de problema quanto a isso. “Sempre recomendamos checar com seu médico antes de começar qualquer dieta ou programa de estilo de vida, mas especialistas que trabalham conosco acreditam que comer alimentos integrais, reais e densos em nutrientes, como recomendamos no Whole 30, é uma proposta saudável para todos, incluindo grávidas, lactantes e crianças”, diz Melissa Hartwig, em entrevista à CRESCER.
Outros profissionais, no entanto, são cautelosos com a ideia. “A gravidez é um momento de demanda aumentada de todos os nutrientes. Mulheres grávidas não podem restringir carboidratos, fibras, laticínios, calorias... Algumas restrições podem impactar no desenvolvimento fetal. Fazer uma mudança tão abrupta com a rotina alimentar poderia trazer prejuízos para a saúde da mãe e do bebê”, explica Eveline Duarte, especializada em nutrição materno-infantil. Para ela, restringir a dieta também durante a amamentação pode ser perigoso para a mãe e para o bebê, já que isso pode interferir na produção de leite e na nutrição materna.
Embora acredite que a ideia geral do programa, de cortar açúcares, aromatizantes e corantes, apostando mais em alimentos de verdade e menos em industrializados seja uma boa escolha, Evelyn ressalta que é preciso ter cuidado também quando se trata de aplicá-los no cardápio das crianças. “O programa adota uma mudança radical de 30 dias com restrições a alguns legumes, frutas, laticínios, aveia, milho, que são alimentos nutritivos e benéficos para o desenvolvimento infantil. Crianças não podem ter uma diminuição de calorias acentuada para não interferir nos hormônios do crescimento e sexuais”, aponta.

Fonte: Revista Crescer

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