domingo, 25 de janeiro de 2015

Romantismo de Branca de Neve em alto estilo


Com ingressos caros e produção rica, o clássico encanta mães e filhas na versão caprichada de Billy Bond
Depois de montar CinderelaA Bela e a Fera e Natal Mágico em São Paulo, o diretor Billy Bond está de volta nestas férias de verão com sua versão caprichadíssima de Branca de Neve, a saber: 40 atores em cena, 180 figurinos, cinco cenários grandiosos,  projeções em alta resolução e efeitos especiais em 3D, muito gelo seco, chuvas e neve artificiais despejadas em cima do público, 180 metros de LED (tecnologia usada nos musicais da Broadway) e até aromas, para que a criança tenha a sensação de  estar  dentro do  espetáculo. Ao todo, são 18 toneladas de equipamento.
Tudo isso poderia descambar para o piegas, o cafona, o brega. Mas Billy Bond segurou as rédeas do exagero e fincou forças na fidelidade ao conto clássico, que aparece aqui muito bem narrado, sem o perigo maior de todos, que seria o de simplesmente surgir como uma cópia mal e porcamente roteirizada do antológico filme da Disney.
Há o cuidado em apresentar aspectos novos, mas que casem com a estrutura do conto. Como, por exemplo, caprichar no romantismo das cenas finais. A peça não termina quando o príncipe beija Branca de Neve e a desperta do feitiço da maçã envenenada. A narrativa prosegue até o casamento dos dois, quando surgem os acordes da famosa Marcha Nupcial, de Mendelssohn, e Branca aparece na plateia vestida de noiva, totalmente de branco, com véu e grinalda. As meninas chegam ao êxtase neste momento. Seus olhinhos brilham de um jeito comovente. Não há nada mais lindo do que ver as crianças totalmente mergulhadas no encanto, no sonho e na fantasia de uma fábula bem estruturada.
Os atores são bons: dançam e cantam muito bem. O texto tem diálogos bem escritos, priorizando a fantasia e a imaginação. O público ganha óculos 3D de papelão para ver as imagens no telão, como a noite em que Branca se perde na floresta, a morte assustadora da bruxa e as intervenções divertidas do espelho mágico. Não é só teatro? Não, não é só teatro. É um grande e vistoso espetáculo de linguagem mista. Trata-se, na verdade, da mesma montagem já vista por  quase  300 mil espectadores  – estreou em São Paulo em 2012 e viajou por nove cidades do Brasil como Rio, Porto Alegre, Recife e Salvador, além de fazer apresentações na Argentina, Chile e Peru. O próximo projeto do diretor é Alice no País das Maravilhas, que deve ganhar os palcos de todo o País a partir de abril. 
Serviço

Branca de Neve e os Sete AnõesTemporada: Até 1.º de fevereiro. Horários:Sábados às 16h30 e 19h e domingos às 16h30. (No último fim de semana da temporada, ou seja, dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, o sábado terá somente a sessão das 16h30; no domingo serão realizadas duas sessões: 16h30 e 19h).  Local: Teatro Bradesco (Rua Turiassú, 2100 / 3º piso – Bourbon Shopping São Paulo). Ingressos: R$ 175,00 (plateia de A-N), R$ 135,00 (camarote), R$ 135,00 (plateia de O-W), R$ 100,00 (balcão nobre), R$ 80,00 (frisa 1º andar), R$ 60,00 (frisa 2º andar), R$ 40,00 (frisa 3º andar). Classificação: Livre. Duração: 100 minutos.

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